sexta-feira, 23 de maio de 2014

11 motivos para não ouvir conselhos amorosos do seu Amigo


1-      Seu Amigo não tem namorada

2-      Seu amigo joga Dota 

3-      Seu amigo dorme com um ursinho de pelúcia

4-      Ele diz “se fosse eu chegava na hora”, quando na verdade não consegue nem falar “oi” pra menina que ele gosta.

5-      Seu amigo é encalhado

6-      Seu amigo faz engenharia da computação, Civil, Quimica, Econômia, Direito,  Bioquimica....

7-      Seu amigo só fala em sexo

8-      Seu amigo curte glee , Anime, naruto ou game of thrones.

9-      Seu amigo tem que voltar pra casa até as 7.

10-   Seu amigo é virgem.

11-   1-      O único amigo  que ele tem é você

quinta-feira, 15 de maio de 2014

O Funeral de seu Arduino


O choro toma conta dos entes queridos, as flores perfumadas invadem os narizes e pensamentos dos curiosos que foram olhar o morto. O caixão no meio da sala como de costume, com uns arranjos de flores baratas com suas respectivas velas brancas - que muitos acreditam – seja para iluminar o morto em seu caminho ao céu. Era meio dia, o sol castigava os corajosos que se arriscaram a andar sem sombrinha, na funerária só há 3 ventiladores, dois na sala de recepção e um na sala do funeral, as mulheres se abanando com os jornais e folhas que encontram pelo meio, os homens entram e saem da sala para pegar um ar, até o defunto está suando.  Ao lado direito do caixão está a Dona Lurdes, mulher do defunto, encontra-se desorientada, no seu olhar sente-se o caos, a angustia, a desolação. O caixão aberto torna as coisas mais difíceis, pois dá aquela sensação de que o personagem deitado ali, a qualquer momento vai acordar e beber aquele cafezinho com bolacha digno do funeral. Ao lado da mãe está a filha, tentando acalmar sua progenitora, mas nem ela mesma consegue se segurar e logo caí no choro, que logo os familiares acudem de maneira instantânea para consola-las.

Na lateral da sala está Dona Eugenia, senhora de pelo menos 45 anos, baixinha, cabelo branco, ela tenta pinta-lo, mas não dá jeito, quando fala sente-se um cheiro horroroso que saí da sua boca, Salvador, 29 anos, magro altura média, cabelo encaracolado, é meio cego, por isso usa óculos do tamanho de uma garrafa de coca-cola e Dona Carmen, que discutem entre si, o quanto o defunto fará falta para a pobre família, que dependia só dele para viver -coitadas, e agora, será que ele deixou seguro ou algo assim? Pergunta Dona Eugenia,
Salvador responde- Menina, acho que não, que o pobre trabalhava na feira vendendo peixe, nem dinheiro pra comer direito tinham, tu acha que ele ia ter pra seguro mana?

- É mesmo, o coitado se matava de trabalhar pra sustentar essas duas. Uma colega minha, que era vizinha deles, dizia que ela ainda traia ele, assim que ele saía, ela botava os macho dento de casa.

- Dona Carmen, mulher de 60 anos, com pelo menos 120 quilos, roupas estampadas vermelhas, interrompe a conversa de maneira soberba - mas o defunto não era nenhum santo, anteontem mesmo quando estava passando em frente à casa dele, me olhou de um jeito muito estranho, parecia que ele estava “mim desejandu”.

Enquanto a conversa dos três se desenvolvia, 4 homens entraram pelo caixão, estava na hora de enterra-lo, um dos homens, se mostrou inseguro e nervoso ao pegar em um dos lados do caixão, enquanto isso, todos ficaram atentos ao momento em que o levantaram, o homem inseguro fraquejou, por um momento todos acharam que o morto iria cair, mas não passou de um susto, o homem logo se recompôs e conseguiu equilibrar seu medo com o caixão. Levaram-no ao carro da funerária, uma Paraty anos 90, com uma ferrugem camuflada por uma pintura barata, o colocaram dentro e organizaram as flores logo em seguida.
A sirene tocava quando passavam pela Av. Boulevard em direção ao cemitério, já havia 2 horas estavam nesse engarrafamento, o suor do motorista se mistura com o cheiro de rosas do morto e as assoadas de nariz que a viúva fazia de 1 em 1 minuto.  

Subindo a ladeira sentiu-se um barulho de explosão muito forte, o rosto do motorista da Paraty foi de susto imediato, parecera que o coitado sabia que vinha merda pela frente, a viúva surpreendida apenas deu um grito pelo susto.

Lá atrás da Paraty vinha a caravana do ônibus de parentes e mais dois carros cedidos pela funerária para o transporte, desde ali alguém gritou – essa porra estourou!  O motorista, disse em voz baixa – hiii, o pneu estourou, eu disse pra esse filha da puta comprar um pneu novo.
O transito parou, o sol de uma hora da tarde açoitava a lataria, as buzinas de carros não paravam, a sirene da Paraty se tornava mais alta, os motoristas dos ônibus comerciais puxavam as cabeças para fora tentando adivinhar o que o motorista faria.


Seu joão desceu da Paraty, pegou uma chave  e começou afrouxar os parafusos do pneu, ele só esqueceu que estava em um início de ladeira, continuou afrouxando, afrouxou o último, engatou o macaco, na terceira volta o carro estralou e logo em seguida caiu para o lado de onde já não havia mais o pneu, apenas o vazio dele, a parte traseira do carro se curvou para trás levantando a parte dianteira, o porta malas abriu e o caixão com o defunto voou  virando-se, trazendo o morto para fora dele, e assim foi, um choque, 13:30 da tarde um tanto singular, com um defunto estendido no asfalto de mais de 40 graus centigrados, um engarrafamento de 3 km, um calor digno de Manaus e milhares de buzinas pedindo pressa, sem saber o que tinha acontecido logo na frente. E assim ficou para a história, o enterro de seu Arduino, o anônimo mais famoso de Manaus, que virou celebridade quando ia pra seu sepultamento.